.

Jovens do PT consideram pouco provável aliança com PDT

Um grupo de jovens militantes petistas reuniu-se neste sábado (13), na sede do partido, para debater sobre as atividades de 2010. Quando o tema é alianças do Partido dos Trabalhadores (PT), os jovens consideram pouco provável uma composição com o Partido Democrático Trabalhista (PDT), para apoiar o nome do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves ao governo do Estado.

Há uma semana o diretório do partido se reuniu e aprovou uma resolução de “apoio preferencial” ao vice-governador Iberê Ferreira de Souza (PSB) para disputar o executivo estadual. Mas até o dia 19 deste mês, os militantes podem apresentar proposta defendendo outra candidatura ou, até mesmo, candidato próprio para governador. A decisão final do partido ficará para o dia 10 de abril, quando acontece o Congresso Estadual do PT.

Enquanto isso, nesta sexta-feira (12), membros de uma das correntes do partido, a Tendência Marxista, reuniram-se com Carlos Eduardo e comunicaram a decisão do grupo em lutar pelo apoio ao PDT. “Essa facção declarou apoio à nossa candidatura. Eles estão lutando dentro do partido em defesa do nosso nome. Agradeçemos”, disse o ex-prefeito de Natal.

Mas para alguns jovens petistas esse movimento interno de convencimento dentro do partido não terá muito sucesso. “Olhando para o partido, a gente observa que será uma manifestação de poucos. O conjunto da direção estadual do PT já deu uma sinalizada do que a gente quer: apoiar Iberê ”, disse Berna Ignus, que integra a Secretária de Juventude e de Comunicação da Executiva Estadual do PT.

“No Congresso Estadual do PT vamos, provavelmente, homologar o apoio ao vice-governador”, disse o militante Bruno Costa, emendando que a Tendência Marxista tem pouca representatividade numérica no Congresso. “Na última eleição direta para escolha da Direção do PT foram eleitos 47 membros e só há um membro da Tendência Marxista”, observou.



Some-se a isso a que hoje as principais lideranças – como o deputado estadual Fernando Mineiro e a deputada federal Fátima Bezerra, além do presidente do diretório estadual, Eraldo Paiva, e de Natal, Fernando Lucena – demonstram apoio à governadora Wilma de Faria (PSB) e ao vice-governador Iberê Ferreira de Souza. “Não estive mais com a deputada Fátima Bezerra, não conversamos”, declarou Carlos Eduardo.

Mas apesar de pouco provável, o apoio a Carlos Eduardo Alves não é necessariamente impossível. O movimento dissidente em favor do ex-prefeito de Natal, não contaria apenas com a Tendência Marxista, tendo se ampliando também com o apoio da Articulação de Esquerda.

“Como não houve o Congresso, não há nada verticalizado”, entendeu o jovem petista Gicélio Formiga. Ele disse que o momento é de se discutir o que é melhor para o partido. “É necessário avaliar quais os avanças com uma e outra aliança, saber qual dessas candidaturas pode ser a melhor para colocar nossas propostas em prática”, avaliou.

Ele apontou o que considera positivo em cada candidatura. “A de Carlos Eduardo tem um fator que é a obra administrativa dele em Natal, já a de Iberê é boa tendo em vista a conjuntura nacional”, comparou.

Essa conjuntura nacional faz a diferença. “A gente acredita que a candidatura com o PSB é prioritária para unir a base de Lula. Depois o PDT faz oposição ao governo Wilma de Faria, do qual fazemos parte”, disse Bruno Costa. “A gente se orienta pela declaração do partido. O que temos de oficial é o apoio a Iberê”, completou Berna Ignus.

Juventude
O encontro dos jovens petistas realizado na manhã deste sábado (13) discutiu o Congresso do PT, a eleição do DCE/UFRN e a organização do Núcleo de Universitários Petistas.

O objetivo é organizar a juventude do PT para as eleições de 2010 com vistas a intervenção em relação às políticas públicas de juventude. “A compreensão que temos é a de que não há como pensar desenvolvimento, sem colocar a juventude no centro das políticas públicas”, opinou Berna Ignus.

Na avaliação do militante jovem Adler Barros, essa atenção à juventude é precária no atual governo. “Não há uma articulação. A secretária não funciona, de modo que discordo da atual política pública para o setor”, contou.

Por:Tulio Duarte