Na abertura do Encontro Nacional de Negras e Negros do PT nesta sexta-feira (14), em Brasília, a pré-candidata Dilma Rousseff, defendeu a manutenção das políticas afirmativas e de cotas.
Segundo ela, nos últimos anos o governo teve grandes avanços nesse campo, mas é preciso fazer mais. Dilma revelou ainda que pouco antes do início do evento conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ele revelou que o próximo navio a ser lançado no Brasil se chamará Zumbi dos Palmares.
Dilma foi levada ao palco por representantes da cultura religiosa africana. “Foi uma cerimônia de matriz africana que busca com carinho dar energia boa para a pré-candidata”, disse a Macota, Célia Gonçalves, coordenadora do Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (Cenarab). “Na visão de mundo africana, a mulher é o princípio do mundo”, contou Celinha. Antes dos discursos, o cantor de rap Gog, do Distrito Federal, cantou duas músicas do seu repertório.“O que nos une é o compromisso de que vamos continuar fazendo políticas afirmativas e de cotas, queiram eles ou não queiram. Quando tiramos 24 milhões da miséria, sabemos que outros ficaram na miséria e na pobreza e que temos que assumir compromisso com o fim da miséria nessa década. Entre os pobres está um contingente enorme da população negra e isso nós não podemos aceitar”, afirmou Dilma.
Ela disse que ficou emocionada com a recepção especial e ficou profundamente tocada com a questão mítica da criação do mundo pela mulher, segundo as tradições africanas. “Fico emocionada porque recebi aqui uma recepção fantástica e me comoveu muito. Quero agradecer vocês pela beleza do ritual que vivi aqui. Sobretudo me tocou profundamente a questão mítica da criação do mundo”, contou.
A petista disse ainda que o governo tem que ter mais negros no Itamaraty. “Nós temos que ter mais negros no Itamaraty. Esse é um compromisso do governo Lula, porque esse é um governo que fez uma política mais afirmativa em relação à África, esse era um país que estava virado de costas para a África”, lembrou.
Dilma ressaltou ainda que no Brasil, por conta da escravidão, ainda resistem preconceitos. “Isso que marcou profundamente nossa historia, a escravidão, trouxe para o Brasil uma das piores coisas, a marca indelével de que esse país foi palco de uma das maiores diásporas, movida a grilhões, e isso ainda caracteriza um aspecto de injustiça, que nós aqui temos compromisso de eliminar, de exclusão social que apesar do termino da escravidão permaneceu no Brasil, que afeta as pessoas pobres do Brasil e ainda tem traço de discriminação e racismo”, discursou.