Além de entregar mais de 600 casas populares construídas com verbas do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), Lula anunciou que o governo espera fechar, até o fim do ano, um milhão de contratos através do programa Minha Casa, Minha Vida, e mais dois milhões para os próximos quatro anos. Lula ressaltou em vários momentos a participação da ex-ministra e pré-candidata Dilma no processo de negociação do projeto, que não estava presente, porque, segundo o presidente, não teve relação com as obras entregues ontem.
Lula tratou com desdém as recentes declarações do pré-candidato à presidência pelo PSDB, José Serra, de que se for eleito chamará o PT para trabalhar no seu governo. Após uma risada, Lula disse que até o resultado dos urnas o adversário terá uma luta imensa. “E como eu acho que ele não vai ganhar, quem sabe ele possa ser convidado para trabalhar no governo se a Dilma ganhar”, provocou o petista. “Ele já está governando São Paulo há tanto tempo e não tem ninguém do PT lá. Acho que eu tenho mais pessoas ele tem mais pessoas na minha máquina do que eu na dele”, afirmou o presidente.
TV estatal suprime referências favoráveis à candidata petista
Brasília (AE) - A NBR, emissora estatal do governo federal, suprimiu trechos dos áudios que faziam referências positivas à pré-candidata petista Dilma Rousseff, durante a cobertura do evento de lançamento do primeiro navio do Programa de Modernização e Expansão da Transpetro (PROMEF), realizado ontem, em Ipojuca (PE). O corte das falas incluiu até mesmo o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e era sempre substituído por uma locutora em off (fora da tela), que dava informações sobre o evento, direto de um estúdio em Brasília. Assim que as referências à Dilma acabavam, o som original do evento retornava.
Segundo a assessoria de imprensa da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), a quem a NBR paga pelas transmissões dos eventos do governo, houve orientação prévia para que essa atitude fosse tomada caso houvesse alguma fala favorável a Dilma
Segundo a assessoria, a atitude foi tomada para impedir que fosse veiculado algum tipo de discurso que pudesse ser interpretado como favorável a ex-ministra da Casa Civil. Como esse seria o primeiro evento do governo que contaria com a presença de Dilma já na condição de pré-candidata, a emissora se preparou para cortar falas favoráveis e evitar reclamações de outros partidos.
Mesmo sabendo que a regra que impede a veiculação desse tipo de fala só vale a partir de junho, quando as candidaturas serão oficializadas, a NBR decidiu antecipar esse procedimento.
Dilma Rousseff afirma que estranha proposta do tucano
Ipojuca, PE (AE) - A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse ontem ter achado “um pouco estranho” a sugestão do tucano José Serra, que indicou que espera ter o PT no governo em caso de vitória da oposição nas eleições. “Acho que temos projetos distintos. Eles foram contra o presidente Lula durante tanto tempo, fizeram oposição tão raivosa e agora que temos 75% de aprovação para o governo e mais de 90% para o presidente Lula, isso soa um pouco estranho”, disse Dilma Rousseff.
A ex-ministra da Casa Civil esteve ontem no Estaleiro Atlântico Sul, no Porto de Suape, em Ipojuca, região metropolitana de Recife, onde participou do lançamento do primeiro navio petroleiro do Programa de Modernização e Expansão da Frota/Programa de Aceleração do Crescimento (Promef/PAC), em Pernambuco.
Vestindo calça jeans e blusa branca, a petista também comentou a repercussão de seus “deslizes” de pré-campanha. “Parece que a única pessoa que tem deslizes sou eu. Todo o resto é absolutamente impecável e perfeito. Eu acho que todas as pessoas, sem exceção, erram e acertam”, finalizou.
Na quinta-feira, no debate entre pré-candidatos à Presidência realizado no Congresso Mineiro de Municípios, em Belo Horizonte, o ex-governador de São Paulo afirmou que espera ter o PT e o PV ao seu lado caso vença as eleições.