Pela forma como iniciou o jogo, a Argentina deu a impressão de que teria facilidade para vencer a Nigéria. O placar apertado de 1 a 0 a favor dos hermanos mostrou que os argentinos, mesmo tendo um bom time no ataque, que apresenta excelente volume de jogo - embora Higuaín destoe dos demais companheiros -, apresenta certos problemas na defesa, principalmente do lado direito. E quando os nigerianos aprenderam isso, deram trabalho.
MAL O JOGO HAVIA COMEÇADO...
O início da Argentina foi avassalador. O time dirigido por Maradona teria aberto o placar aos 3 em grande jogada de Messi, mas que Higuaín tratou de jogar para fora - de maneira incrível, a propósito. Há quem se pergunte até agora o que Diego Milito faz no banco de reservas...
Mas a Nigéria não escapou de levar um gol no início. Aos 6 minutos, Verón cobrou escanteio e Heinze subiu sozinho para cabeçear: 1 a 0. A jogada, no entanto, foi irregular. Não pelo autor do gol, mas pelo agarrão de Samuel em Obasi. Claríssimo, só o árbitro não viu.
PAREDÃO NIGERIANO BRILHA
Vale dizer também que o escanteio surgiu de uma grande defesa do goleiro Enyeama em bela tentativa de Messi. O camisa 1 nigeriano foi uma muralha na primeira etapa. O 10 argentino bem que tentou... Uma, duas, três vezes. Mas parou em defesas impressionantes.
Engana-se, contudo, quem pensa que a Nigéria ficou só defendendo. A impressão, de fato, era a de que os argentinos iriam atropelar. Mas os africanos souberam equilibrar as ações. O mapa da mina: o lado esquerdo de ataque, nas costas de Jonás Gutiérrez - que não atacou, não marcou, e só apareceu quando recebeu um cartão amarelo após entrada dura em um adversário.
AFRICANOS ENSAIAM PRESSÃO
Foi por ali mesmo que a Nigéria teve suas melhores chances. Entre o lateral-direito da Argentina e o zagueiro Demichelis, ainda na primeira etapa, Obasi teve a melhor chance dos africanos, mas acabou batendo longe do gol. Maradona tentou reforçar a marcação no setor, mas os comandados de Lars Lagerback voltaram jogando por aquele lado, com muita velocidade.
Martins foi lançado em campo e a Argentina começou a sentir a rapidez da Nigéria. Com Tévez e Di María em noite não tão inspirada, os hermanos chegaram a sofrer certa pressão. Mas foi Carlitos, aos 19, quem deu um gás ao time após puxar um veloz contra-ataque. Mas mesmo em quatro atacantes contra dois zagueiros, Messi acabou concluindo para fora.
O jogo ficou quente. Odemwingie teve chance clara na volta, mas acabou se enrolando com a bola. Logo depois, Taiwo assustou ao chutar de bico. A bola passou perto da trave e o lateral nigeriano levou a pior ao se machucar sozinho no lance.
Enyema voltou a aparecer muito bem aos 35. Messi e Di María costuraram a defesa adversária, o jogador do Barcelona ficou frente a frente com o camisa 1 e... Sim, parou novamente no goleiro. No contra-ataque Uche jogou para o alto uma chance clara de empate.
No fim, Maradona - de terno! - vibrou com a vitória. A Nigéria, em uma noite inspirada de seu goleiro, pode sonhar com a classificação às oitavas de final, já que, teoricamente, deve disputar uma vaga com Coreia do Sul e Grécia (mais para os asiáticos). Mas o time da Argentina precisa cuidar a defesa vulnerável antes de qualquer coisa, caso queira mesmo chegar ao tricampeonato.
FICHA TÉCNICA
ARGENTINA 1x0 NIGÉRIA
Estádio: Ellis Park, Johannesburgo
Árbitro: Wolfgang Stark (ALE)
Cartões amarelos: Gutiérrez (ARG); Haruna (NIG)
Gol: Heinze (1-0), aos 6'/2ºT)
ARGENTINA: Romero; Gutiérrez, Demichelis, Samuel e Heinze; Mascherano, Verón (Maxi Rodríguez, 28'/2ºT), Di María (Burdisso, 39'/2ºT); Messi, Tévez e Higuaín (Diego Milito, 33'/2ºT)
T: Diego Maradona
NIGÉRIA: Enyeama; Odiah, Yobo, Shittu e Taiwo (Uche, 29'/2ºT); Etuhu, Kaita e Haruna; Obasi (Odemwingie, 15'/2ºT) , Obinna (Martins, 7'/2ºT) e Yakubu
T: Lars Lagerback
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