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Benedito Norte, mais de um século‏

Por e-mail: Sérgio Enilton
Imagem retirada do Fotoblog 'Acaridomeuamor'

Homem centenário, com 101 anos de vida, numa vida longa
“Nenhuma civilização pode se desenvolver se não possui valores aos quais se agarrar profundamente”, palavras do etnólogo e antropólogo Lévi-Strauss que morreu aos 100 anos. São os valores que dão o sustentáculo a longevidade do acariense Benedito Norte –“Homem centenário, com 101 anos de vida, numa vida longa.  Sem contar o tempo, dias e noites;  pois que muitas vidas já foram contadas. Vejamos que algumas até cantadas e outras proseadas.
Em cada uma delas impresso um novo e diferente aprendizado. Seu Benedito Norte teve novos relacionamentos, outros aprendizados. Uma sabedoria adquirida com os altos e baixos que a vida vai nos levando; a gente cresce e aprende. Na repetição do cotidiano surge e ressurge o amadurecimento.
Em sua vida tantos erros se corrigem, várias relações se refazem. O amor se desenvolve.
E o homem centenário, com 101 anos de vida, numa vida longa que só o amor contou, em prosa e verso, por todo um século de sua existência.
Descendente de uma numerosa família de 20 irmãos (12 homens e 8 mulheres), levado ao batismo com o nome - Benedito Dantas de Medeiros - e que prefere ser chamado de Benedito Norte. Popularmente como é conhecido em Acari em virtude de seu Pai que era chamado por José Norte (José Vital do Nascimento). Nos conta que já vem do avô, Estevão Norte", explicando que a denominação do sobrenome é uma alusão à região Norte do país.
Benedito   Norte constituiu família no primeiro matrimônio com Regina de Brito. Desse relacionamento teve apenas dois filhos - um dele ainda é vivo Zé de Tuda. Do segundo casamento  com Luíza Maria de Medeiros (in memorian) nasceram 14 filhos. Ainda sobrevivem quatro, o mais velho com 80 anos de idade. Dos irmãos ainda resta Severino Norte que tem 84 anos. Benedito Norte não teve um estilo de vida regrado que contribuísse para atingir os 101 anos. Trabalhador esmerado e forte, sofreu muito na vida, nunca fez dieta, sempre comeu de tudo. Por volta de 1915 a 1919 grande seca assolou o sertão do Seridó, as famílias sobreviventes tiveram que comer xique-xique, fazendo pão de xique-xique.
Segundo ele nos conta que na sua infância não estudou. Seguiu  os passos dos pais, auxiliando-os na atividade da agricultura. Nos relata que “plantava nos roçados o feijão, milho e algodão". Já na adolescência trabalhou na roça e no manejo de gado numa fazenda no município de Nova Palmeira (PB) a convite de um tio. E, ainda, nas construções de açudes contribuiu na construção de uma barragem fazendo o barramento do Rio Acauã, que seria a primeira parte do projeto de construção do açude Marechal Dutra (Gargalheiras).

Sua vida levada com plena lucidez, aproveitou bons momentos de diversão nas mesas de jogo de baralho (bacará) e das farras nas noites adentro. Comerciante informal vendia redes nas ruas da cidade, fixando ponto na esquina do Banco do Brasil. Conservando uma tradição do sertanejo, que sempre descansava nas varandas numa confortável rede de dormir; já se dizia espichar o corpo.


Hoje, reside no Bairro Pe. Cortez com sua filha mais nova, Lúcia e seu genro, Jocélio Cruz, conhecido como Téo que foi jogador de futebol.
Benedito Norte atravessou um século, acumulou experiências mais, ganhou muito em sabedoria. Quem não quer encontrar a “fonte da juventude”? Trilhou os caminhos para a longevidade, desafiando o tempo ao alcançar e, até ultrapassar, a tão desejável marca dos 100 anos de idade. E é essa força de vontade e alegria de viver, mesmo depois dos 100 anos, o legado de Benedito Norte, que nos deixa uma grande lição: para viver muito é preciso viver mais. Nossa homenagem a um parente distante que tem sangue de seridoense das famílias Dantas e Medeiros. Um herói da resistência, grande personalidade, inspiração de força e sabedoria para muitos jovens. BENEDITO NORTE, um h
omem centenário, com 101 anos de vida, numa vida longa.