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Agropecuarista tem fazenda assaltada 36 vezes em menos de um ano


Assustadora a situação do agropecuarista Miguel Noronha. “Só” assaltaram a propriedade dele na entrada de São Gonçalo 36 vezes em menos de um ano. Um verdadeira vergonha. Segue reportagem da Tribuna do Norte:

“Pensei que fosse passar toda a minha vida aqui. Hoje, se vier dormir, amanheço morto”. O desabafo é do agropecuarista Miguel Noronha, de 67 anos, que se viu obrigado a deixar a sua propriedade em São Gonçalo do Amarante, Região Metropolitana, após constantes assaltos. Quantas vezes é necessário ser vítima de um roubo para que o fato chame atenção da polícia? Para Miguel Noronha, trinta e seis vezes não foram suficientes. A recorrência dos crimes indigna o agropecuarista e reflete a insegurança constatada na cidade. Hoje, diante da ineficiência da investigação e patrulhamento, o homem já deixou de registrar boletins de ocorrências. A sua “coleção” de 28 BOs parece não surtir efeito.

A propriedade representava o sonho de Miguel em deixar a cidade e viver na tranquilidade do isolamento. Há 43 anos, quando deixou a casa em Natal para morar em São Gonçalo, o agropecuarista viu tornar realidade o objetivo e passou a criar gado e processar frutas. O ano de 2011, no entanto, representou a derrocada dos objetivos e a obrigação de se cercar de paredes altas para se proteger. Após arrastões, assaltos e furtos, mudou-se para um prédio no bairro de Petrópolis, zona Leste de Natal.
Os boletins de ocorrência cobrem a mesa da sala de jantar e atormentam o pensamento de Miguel. A casa hoje está abandonada depois de diversas tentativas fracassadas de lutar contra a crescente onda de violência. Ontem, a equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE esteve no local. A saída mais recente escolhida pelo proprietário foi eletrificar grades, portões, janelas e trincos de porta de forma artesanal.