De Jo Fagner, via Twitter:
  
 
 
 
 
 
 
 
  
 E  se fez a rede social. E com ela o poder de voz. O poder de resposta  também. É na democracia de textos, imagens, vídeos, links e avatares que  se constrói o ciberespaço. Cada um fala sobre uma personalidade, uma  ideologia, uma leitura de mundo e a construção de novos ambientes, para  além do virtual.
 A comunidade "Acarienses" foi criada, no Facebook, com o intuito de  agregar cidadãos em torno de notícias, opiniões e outros formatos sobre a  cidade, bem como se apresenta na própria discussão do grupo: "ACARI, um  sorriso para quem chega, uma lágrima para quem sai". É no clima de  saudosismo e aclamação à terra que o grupo virtual é aberto a  conterrâneos, tanto pela certidão de nascimento quanto pelo sentimento  de pertencer ao local.
 Entretanto, uma polêmica tem tomado conta do espaço, dizendo respeito ao  "tumulto" gerado no debate de questões políticas. Ora, impedir que esse  tema se manifeste principalmente nas redes é uma utopia, além do que a  estratégia também seria uma própria política, assim como existe em todos  os aspectos na vida. Ao escolher uma roupa, estamos envolvidos por uma  política de gênero, moda, economia e tantas outras que se entrelaçam no  cotidiano.
 Porém, o que perturba é justamente o aspecto da resposta. Diante de  tantas publicações envolvendo a situação administrativa da cidade e do  estado, a veiculação massiva de merchandising de partidos políticos tem  sido utilizada para manipular opiniões, em pleno período eleitoral. Aos  que se opõem, termos como "baderneiros" e "despeitados" são atribuídos  na forma de opressão e intimidação, como se o exercício da democracia  tivesse que se posicionar do lado A ou do lado B.
 Escolher nenhum dos lados também é política, também é democracia. É  necessário ser isento para poder avaliar falhas e pontos positivos de  uma administração, visando sempre a gestão transparente e justa para uma  população esperançosa. Fazer propaganda de dados, títulos, propostas,  de forma repetitiva e insistente, nada mais é que uma antecipação do  horário eleitoral gratuito.
 A partir do momento em que se cita uma legenda ou sigla de organização,  imediatamente aquele comentário deixa de ser parcial e torna-se  partidário. Mas então, de quem são os reais interesses do debate? Da  comunidade ou de grupos formados ao redor de fins de poder? É época de  pleito eleitoral. O diálogo precisa estar aberto às necessidades que o  município apresenta, sobre como combater fome, desemprego, violência,  assim como as melhorias na segurança, na educação, na saúde.
 Exaltar uma figura, expor interesses e propostas de um partido, tudo  isso se reflete nas estratégias para o pleito que se aproxima. Tumulto é  fugir das especulações e responder as críticas com mais exaltações.  Quando se afirma algo sobre uma pessoa ou gestão, as respostas são, sim,  o principal mecanismo de mostrar preparação e coerência com as  ideologias pregadas. Além de democracia e cidadania, este exercício vem  investido de verdade e coerência, características essenciais a qualquer  líder.
 Jo Fagner, acariense
 Bacharel em Comunicação Social (RTV | Jornalismo)
 Mestrando em Antropologia Social (UFRN)
  retirado do Blog do Romeu Dantas
 

