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Dilma afirma não haver conflito

Caxias do Sul (AE) - No segundo dia de viagem ao Rio Grande do Sul, a ex-ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, rejeitou a tese de que candidatos do partido como ela, que vai concorrer à Presidência da República neste ano, sofrem resistência da classe empresarial, ontem, em Caxias do Sul. Citando pontos que considera fortes da administração atual, como desoneração de tributos durante a crise econômica mundial, redução da pobreza, aumento do crédito e crescimento do mercado interno, entre outros, Dilma afirmou que o País vive uma era de prosperidade que “não se conhecia antes”, na qual o setor produtivo, o comércio e os serviços também são beneficiados.

“Isso contribuiu muito para que os empresários do Brasil vissem hoje com perfeita clareza a importância do governo no que se refere inclusive à sua lucratividade”, afirmou, em breve entrevista coletiva antes de iniciar uma palestra para 300 convidados da Câmara da Indústria e Comércio de Caxias do Sul. “Eu acho que nunca no Brasil todos ganharam tanto”, reiterou.


Na palestra aos empresários, a pré-candidata voltou a discorrer sobre temas econômicos e atribuiu à gestão atual a retirada de milhões de pessoas da pobreza, aumento das exportações e das reservas internacionais e política industrial que auxiliou setores como o moveleiro e as máquinas agrícolas, produtos da região, e mais a construção naval.

Dilma também tratou da economia local ao sugerir que os polos metal-mecânico e moveleiro da serra gaúcha peguem carona na exploração do pré-sal como fornecedores da indústria naval e ao abrir a possibilidade de, no futuro, o governo incentivar linhas de financiamento específicas para beneficiários de baixa renda do programa Minha Casa, Minha Vida terem acesso à compra de móveis.

Assim como havia dito na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) ontem, assegurou que as medidas de desoneração da produção com compensação aos municípios da perda de arrecadação mostraram um caminho para a reforma tributária andar. Também deu a entender que num eventual terceiro governo petista, o projeto, que há muitos anos é esperado pelos empresários, pode sair do papel. “Creio e sei que a reforma tributária se tornou possível porque construímos as condições para torná-la possível”, afirmou. “Podemos dizer isso sem ser promessa vã porque o governo que mais desonerou foi o nosso”.

Ao final da palestra na CIC, Dilma deixou escapar um comentário político. “Teremos um confronto de projetos e eu acredito que no confronto desses projetos o Brasil saberá escolher”, afirmou, referindo às eleições deste ano.

Ensaio de campanha - Depois de deixar a CIC, a ex-ministra alterou a agenda para aceitar um convite da diretoria da Marcopolo e foi visitar a empresa. Acompanhada de diretores, percorreu a linha de produção de carroçarias de ônibus cumprimentando trabalhadores. Durante o trajeto, entrou num ônibus e sentou no banco do motorista e se deixou fotografar

No último ato da tarde, Dilma visitou o Centro de Cuidados Nossa Senhora da Paz, um projeto social da congregação das Irmãs Scalabrinianas que oferece atividades esportivas, musicais e de reforço escolar a crianças em situação de risco de bairros populares de Caxias do Sul.

Dilma Rousseff disse também que não concorda que os conflitos agrários tenham aumentado no país durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conforme os jornais de ontem divulgaram. “Os dados não apontam nesse sentido”, afirmou Dilma, passando a discorrer sobre os programas que o governo federal desenvolveu nos últimos anos.

Petistas querem candidatura própria em MG

Belo Horizonte (AE) - O presidente do PT de Minas Gerais, deputado federal Reginaldo Lopes, rebateu as declarações do líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, que defendeu que os pré-candidatos do partido - Patrus Ananias e Fernando Pimentel - cedam em favor do peemedebista Hélio Costa na disputa pelo governo. Lopes disse que não acredita que possa haver intervenção no diretório mineiro e reafirmou a disposição dos petistas mineiros de lançar candidato próprio.

“Estou esperando ele vir aqui defender a tese na base. O Vaccarezza sabe disso: que não existe definição no PT de cima para baixo. Existe de baixo para cima”, afirmou o deputado. “Ele não pode achar que dá ordem lá de cima. Ele tem de cuidar de São Paulo, porque Minas tem direção”.

Patrus e o ex-prefeito de Belo Horizonte se inscreveram para disputar prévias marcadas para o dia 02 de maio. PT e PMDB já chegaram a um acordo visando um palanque único em Minas para a presidenciável petista Dilma Rousseff. E estipularam para o dia 09 de maio o anúncio do nome da base aliada. Lopes já admite o palanque único, mas disse que não adianta o PMDB impor prazo.